Desmontagem de mitos sobre o sono

O gozo de um descanso adequado é garantia de saúde, e dormir bem é o segredo para o conseguir. Ora bem, é importante que as coisas estejam claras e que não se acredite em tudo o que a “sabedoria popular” se encarregou de transmitir. Existem muitas falsas crenças relativamente ao sono que convém que sejam desmontadas.

Estes são alguns mitos falsos sobre o sono:

  • As horas de sono podem ser recuperadas. O sono perdido não é recuperado. Tal como acontece com as horas de sol, que se acumulam no corpo, o nosso organismo tem memória para a falta de sono. É verdade que uma sesta pode ajudar a diminuir o cansaço desse dia, mas quando há uma falta de sono prolongada, a saúde acaba por sofrer as consequências. As pessoas que dormem pouco de forma constante correm um maior risco de hipertensão (tensão arterial elevada), obesidade e outros problemas físicos e do ânimo, além da redução da sua produtividade.
  • As pessoas idosas necessitam de dormir menos horas. O número de horas de sono aconselháveis para qualquer adulto está entre sete e nove, incluindo as pessoas idosas. Não é verdade que não necessitam de dormir tanto, mas é habitual dormirem menos horas à noite e compensarem essa falta de sono noturno com várias sestas diurnas. Em qualquer caso, se o sono for muito escasso, será necessário tentar descobrir se há outros problemas como bexiga hiperativa, insónias, síndrome das pernas inquietas… que lhes dificultem o descanso.
  • A sonolência diurna indica que é necessário dormir mais. A sonolência diurna não indica que é necessário dormir mais. O que indica é que é necessário dormir melhor. Quando uma pessoa tem sono durante o dia e teve um período de sono noturno de sete a nove horas, pode sofrer de algum problema. O que é mais habitual é a apneia do sono, devido à qual há pausas respiratórias que interrompem o sono e dificultam o descanso. A apneia pode existir nas crianças, idosos ou adultos e deve ser tratada.
  • Roncar é uma coisa habitual e sem importância. Roncar é uma coisa habitual, mas pode ter importância. Os roncos podem ser sintoma da existência de apneia do sono. Uma apneia sem tratamento pode aumentar o risco de se sofrer de doenças cardiovasculares, pelo que é necessário que se faça um estudo do sono para se determinar se os roncos são produto desta situação.
  • Praticar desporto induz o sono. É verdade que o desporto é muito benéfico para a saúde, mas o exercício físico intenso imediatamente antes de ir para a cama pode interferir no sono. Aconselha-se que se deixem passar no mínimo duas horas.
  • Beber álcool provoca sono. O álcool pode provocar uma falsa sensação de sonolência imediata. Mas a realidade é que beber álcool antes de dormir dificulta a fase do sono profundo e pode piorar os sintomas da apneia.